Teses 2023

Ana Carolina Mendonça Oliveira - Bares tradicionais e patrimônio cultural carioca: uma análise sobre a salvaguarda e turismo em Niterói

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Resumo: A presente tese investiga bares tradicionais do centro do Rio de Janeiro salvaguardados como Patrimônio Cultural Carioca. O objetivo é investigar a relação especial entre o lugar e os bares tradicionais, bem como identificar os diversos elementos da complexa trama imbricada no conjunto dos bares tradicionais protegidos como bens culturais. A metodologia adotada inclui uma revisão bibliográfica em abordagem transdisciplinar com interfaces com aportes sobre turismo, geografia cultural e a história, da perspectiva da Arquitetura e Urbanismo. Complementarmente, uma análise das referências aos bares investigados nos jornais do acervo da Hemeroteca Digital. O trabalho problematiza, ainda, os limites e consequências da patrimonialização e da apropriação dos lugares por parte da atividade turística

Ana Claudia Nunes Alvez - Trajetos e caminhos da dispersão urbana: habitar Maricá

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Resumo: A urbanização dispersa, tal como se apresenta hoje, necessita de linguagens que deem conta de sua complexidade, mutabilidade e imprecisão, pois métodos pautados pelas narrativas utópicas de planejamento urbano do século XX não são suficientes para nos aproximarmos do que significa habitar as cidades do século XXI, uma vez que engendram diferentes configurações espaciais, temporais e nos modos de vida, especialmente pós-pandemia de COVID-19. A questão principal da tese nasce, então, da necessidade de compreender os movimentos da expansão urbana e novos modos de vida, que se expressam através das paisagens de Maricá. Para isso, se fez necessário recorrer a fenomenologia, uma vez que viver a cidade ajudaria mais do que simplesmente analisá-la, medi-la ou fotografá-la. Em Maricá, município costeiro situado a leste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a urbanização dispersa assemelha-se a uma nebulosa de reflexão, cujos pontos mais brilhantes correspondem a centralidades geradas por pólos de interesse, locais onde há maior densidade populacional e/ou onde proliferam loteamentos fechados à espera da concretização de promessas de trabalho, brilhando em conexão aos municípios limítrofes; e o rastro de poeira estende-se nas ocupações que orbitam linearmente ao longo das rodovias estaduais RJ-106 e RJ-114. Posto que é pela narrativa que a experiência se manifesta e nas imagens que podemos presentificar o tempo, o presente trabalho busca, através de narrativas e imagens realizadas nesses trajetos, caminhos e andanças, compor o habitar poético expresso nas paisagens dispersas do município

Breno Platais Brasil Teixeira - O baldio como potência de lugaridade para o devir urbano democrático em tempos de urbanos públicos, privados e despóticos

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Resumo: Será possível a existência de baldios como aquilo que é propriedade comunitária e que não pode ser apropriado particularmente por ninguém, e que contribua para a função social da cidade e reserva de potencial urbano da terra? Como fazer isso num país marcado por uma sociedade violenta e hierárquica, que é dirigida por uma elite que monopoliza riqueza, terras e poder e não enxerga os pobres como iguais em direitos? Estas perguntas guiam a presente investigação que teve início na provocação de Nuno Sacramento que, ao ter convivência íntima com os commons, disse: “o baldio enquanto abandono é uma crise de imaginação e uma crise de poder”. A análise tem início em 2014 no contexto da realização do Makers Meal no Brasil, uma escultura social que interagia com um terreno baldio ao lado de um prédio de Oscar Niemeyer construído no Morro do Palácio em Niterói – Rio de Janeiro. O terreno foi ocupado por estudantes da UFF, Comunitários Palacianos e Indígenas e foi transformado colaborativamente num palco. A transformação do baldio abriu espaço para a contestação de seu abandono e à investigação da existência de terrenos nesta condição no Brasil, uma vez que em Portugal, baldios são sinônimos de commons. A pesquisa que tem metodologias de análise bibliográfica e baseia-se na fenomenologia do sujeito implicado, acabou por concluir que a escravidão desempenha papel central na formação do Brasil, pois produz uma sociedade autoritária e dissimulada quanto à sua violência, permite a concentração de rendas, poderes e terras, e nega a humanidade dos ex-escravizados e suas descendências. Um dos reflexos socioespaciais mais perceptíveis deste fenômeno é a aparição dos terrenos baldios nas paisagens urbanas, uma vez que a Lei de Terras de 1850, no Brasil, propiciou que os proprietários possam fazer qualquer coisa nas suas terras, inclusive nada, ferindo fortemente a possibilidade democrática e acenando para o despotismo. Os baldios que estão na estética do abandono levantaram o debate sobre sua lugaridade ou paralugaridade existirem ou não. A tese apresenta a formulação do autor que os baldios Brasileiros estão na condição de commonlessness: a angústia que a falta de recursos comunitários comuns provoca, e que, só por isso, podem ter sua lugaridade ao menos questionada

Cássia Rodrigues da Silva - A museologia social, a cidade e o comum: o caso das favelas e periferias cariocas

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Resumo: Esse trabalho pretende explorar as possibilidades do Comum urbano: expandir os Comuns na cidade para a cidade como um Comum. Buscaremos, por meio do estudo sistemático da literatura e da etnografia aplicada ao estudo de caso de dois museus na cidade do Rio de Janeiro, compreender qualitativamente como o museu social auxilia a constituição da cidade Comum, e analisar como acontece e quais os impactos da instituição de espaços, processos, recursos e memórias Comuns, bem como de redes de comonalidades. Defenderemos que o museu social pode ser espaço Comum, quando, compartilhando, se dispõe a contrariar a segregação e a uniformização do cotidiano, questionar a realidade, acelerar a autotransformação, legitimar grupos, ações e representações diversas, bem como pode auxiliar a tomada da cidade como práxis e radicalidade do direito à cidade, logo como Comum, construindo coletivamente outro mundo, outra sociedade, outra cidade: de direito para todos, mais justa, sustentável e democrática

Elen Silva Ataíde - Reconstrução como tradição: a experiência brasileira

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Resumo: A presente tese pretende analisar a prática da reconstrução de bens edificados e os seus impactos no campo da preservação do patrimônio cultural brasileiro. Partindo do princípio de que a reconstrução é um fenômeno complexo e multifacetado, busca-se elucidar se essa prática tem efetivamente contribuído como um instrumento para a preservação dos bens culturais. Inicialmente, será realizado o exame das principais teorias da conservação e restauração, incluindo as cartas patrimoniais, com intuito de construir um arcabouço teórico que permita avaliar criticamente a atuação dessa prática. Em seguida, será realizada a análise empírica, através da prospecção de fontes primárias de casos exemplares de reconstrução, com foco nas ações desenvolvidas em bens edificados tutelados pelo IPHAN. Acredita-se que esse resgate possa corroborar a hipótese de que a reconstrução se transformou em uma prática cultural de intervenções, assim como uma tradição, e que vem sendo conduzida como uma alternativa para a proteção de monumentos arquitetônicos destruídos. Por fim, almejase, com esta pesquisa, ampliar o debate sobre o tema no campo da teoria e história da restauração do patrimônio cultural brasileiro.

Fernanda Gomes de Oliveira - Do cartão postal às margens do turismo: disputas simbólicas na cidade do Rio de Janeiro

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Resumo: Ao observar as práticas de turismo recentes da cidade do Rio de Janeiro, empresas e guias de turismo vem buscando extrapolar o Rio do cartão postal, apresentando espaços para além dos limites dos perímetros turísticos estabelecidos, fora das rotas convencionais, ou ainda nas margens do turismo (Gravari-Barbas, 2017). O objetivo deste trabalho foi compreender as práticas de turismo que se processam nas margens, no contraponto ao cartão postal, ou seja, o que se produz em territórios outros que não aqueles consagrados na cidade do Rio de Janeiro. Para tal, selecionamos quatro empresas para estudos de caso, a saber: Guiadas Urbanas, Providência Turismo/Rolé dos Faveladxs, Sou + Carioca e Tour Delas. Assim, fizemos visitas a campo realizando roteiros turísticos previamente definidos na condição de pesquisadora-turista com o objetivo de identificar espaços e pontos de interesse dos roteiros, bem como descrever as respectivas narrativas sobre a cidade e a história da cidade. Foram realizadas seis entrevistas com gestores e guias de turismo centrando em suas atuações fora do eixo turístico tradicional, além de quarenta e duas entrevistas com participantes a fim de conhecer suas motivações e percepções sobre os espaços visitados. Por meio destas práticas, nesta disputa simbólica, as empresas e guias de turismo lançam luz sobre um Rio mais diversificado e múltiplo (Massey, 2008) na medida em que colocam em perspectiva narrativas faveladas, suburbanas, negras, indígenas e femininas. Neste processo, diante dos locais visitados e suas respectivas histórias e narrativas, há uma aproximação dos participantes junto ao espaço. Nota-se também um estranhamento sobre as representações hegemônicas da cidade do Rio de Janeiro, sobre o senso comum e a normatividade e, desta forma, um deslocamento da imagem do cartão postal para espaços outros da cidade. Tais aspectos revelam um caráter pedagógico dessas práticas de turismo, possibilitando novas percepções destes sujeitos sobre si, sobre o outro e sobre o espaço.

Giovana Cruz Alves Durão - Redes de ação cultural na região portuária do Rio de Janeiro: sujeiros, articulações e ocupações no tempo presente

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Resumo: Historicamente marcada por expressões de um modelo de produção urbana responsável por gerar desigualdades socioespaciais, a região portuária do Rio de Janeiro tem sido alvo de mais um ciclo de transformações, dessa vez relativas ao projeto Porto Maravilha (Lei Municipal Complementar nº 101/2009), no qual o tema da cultura foi utilizado, estrategicamente, como ferramenta de legitimação. A despeito das lógicas de espetacularização, de segregação e de consumo do espaço urbano que orientaram tal projeto, a referida região também tem sido constituída por expressões de modos de produção cultural e urbana que, de forma contra hegemônica, se pautam pela associação entre os cidadãos e pelo uso dos espaços da cidade. O presente trabalho focaliza expressões situadas neste segundo campo, investigando as práticas culturais que se dão de forma territorialmente enraizada na região portuária no tempo presente (2009-2022). O objetivo da pesquisa foi compreender os modos de atuação dos agentes culturais da região e observar como eles contribuem para a construção de outras formas de produção e vivência do espaço da cidade. A investigação teve como ponto de partida a rede do SOS Providência – Região Portuária, um comitê de emergências criado por quatro agentes culturais no contexto da pandemia de Covid-19 (iniciada em março de 2020), e o seu desenvolvimento se deu com base na metodologia da história oral. Cinco sujeitos vinculados simultaneamente ao SOS Providência e a outros projetos da região concederam as narrativas orais que compuseram o conjunto principal de fontes de pesquisa. São eles: Hugo Silva de Oliveira, do Galeria Providência, Cosme Vinícius Felippsen, do Providência Turismo e Rolé dos Favelados, Bernardo Pupe, do Rio Memória Ação, Tiphanie Elaé da Silva Constantin, da Casa Amarela, e Elisa Silva de Carvalho, do Morador Monitor. Além dessas, outras narrativas públicas desses sujeitos (registros audiovisuais e textuais disponíveis em redes sociais e mídias sociais digitais), assim como um conjunto de outras fontes catalogadas (para o acervo da memória dos coletivos que se fazem presentes neste trabalho) também foram utilizadas como fontes da pesquisa histórica – pública e participativa. O trabalho aponta para a existência de múltiplas redes de ação cultural na região portuária do Rio de Janeiro e expõe modos próprios de fazer cultura cujas principais características são: as articulações entre agentes diversos e múltiplos; os entrelaçamentos com lutas sociais em defesa dos direitos dos habitantes da região; o comprometimento com novas práticas de apropriação, produção e imaginação dos espaços da cidade. Essas características tensionam as lógicas hegemônicas de produção urbana e contribuem para pensarmos novos caminhos por meio dos quais a cidade possa ser ocupada, vivida, imaginada e produzida de modo mais justo e democrático.

Guilherme Nogueira Ragone - Globalização e Espetáculo: A fruição espacial nos museus contemporâneos

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Resumo: Passado o século XX, nota-se uma mudança considerável no que cerne aos espaços dedicados à cultura institucionalizada ao redor do mundo, hoje, os grandes museus localizados em áreas renovadas de centros urbanos, junto à realização de eventos de caráter internacional, têm sido transformados em produtos para promoção das cidades que se projetam globalizadas. Assim, pautando em processos resultantes da globalização e do espetáculo, pode-se perceber que a fruição, a forma com a qual percebe-se os espaços e a sua forma arquitetônica, sofrem processos de transformação, tendo o próprio museu como grande obra a ser contemplada e experienciada. Percebe-se que, como consequência, a audiência e o imediatismo do consumo cultural converte-se em um papel importante no sucesso das instituições e é questão central no reconhecimento dos museus como agregadores de valor na malha urbana. A pesquisa elucida a questão sobre como os aspectos advindos da globalização e do espetáculo se materializam na fruição espacial nos museus contemporâneos, tendo como hipótese de trabalho, que esse processo, a luz da interação global, de compressão, de uma espetacularização e midiatização da arquitetura e sua sociedade, vai repercutir no projeto e na fruição dos espaços dos museus contemporâneos no sentido de propor uma arquitetura que não seja encerrada em si mesma, fluida. Uma arquitetura que proponha uma relação cenográfica, cujas formas desconexas e abstratas, podem gerar percursos labirínticos ou confusos, em que a própria espetacularização da arquitetura confunde-se o seu ineditismo com originalidade e inovação. Através de uma pesquisa exploratória, com metodologia dividida em uma fase de revisão de literatura e uma fase empírica. Tomou-se o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói como casos exemplares, visando à verificação de como essa arquitetura responde espacialmente aos aspectos advindos da globalização e do espetáculo, ampliando a coleta de dados para além daqueles encontrados no referencial teórico. Ao final, com a explicitação da teoria elencada e com a materialização nos objetos selecionados, ratifica-se e amplia-se a hipótese inicial da pesquisa. Somam-se a ela, o entendimento de extrapolação da temática abordada no mestrado realizado, em que a forma pertinente, baseado em Edson Mahfuz, nos ajuda a explicar a fruição espacial desses espaços, sendo ferramenta metodológica valiosa para futuras análises em objetos semelhantes. Conclui-se que os museus contemporâneos, objetos voltados a requalificação de espaços nos grandes centros urbanos e sua inserção global, se utilizam da narrativa mercadológica como mote de autopromoção urbana. Esses museus participam do cenário global de produção arquitetônica, tendo seus espaços voltadosPassado o século XX, nota-se uma mudança considerável no que cerne aos espaços dedicados à cultura institucionalizada ao redor do mundo, hoje, os grandes museus localizados em áreas renovadas de centros urbanos, junto à realização de eventos de caráter internacional, têm sido transformados em produtos para promoção das cidades que se projetam globalizadas. Assim, pautando em processos resultantes da globalização e do espetáculo, pode-se perceber que a fruição, a forma com a qual percebe-se os espaços e a sua forma arquitetônica, sofrem processos de transformação, tendo o próprio museu como grande obra a ser contemplada e experienciada. Percebe-se que, como consequência, a audiência e o imediatismo do consumo cultural converte-se em um papel importante no sucesso das instituições e é questão central no reconhecimento dos museus como agregadores de valor na malha urbana. A pesquisa elucida a questão sobre como os aspectos advindos da globalização e do espetáculo se materializam na fruição espacial nos museus contemporâneos, tendo como hipótese de trabalho, que esse processo, a luz da interação global, de compressão, de uma espetacularização e midiatização da arquitetura e sua sociedade, vai repercutir no projeto e na fruição dos espaços dos museus contemporâneos no sentido de propor uma arquitetura que não seja encerrada em si mesma, fluida. Uma arquitetura que proponha uma relação cenográfica, cujas formas desconexas e abstratas, podem gerar percursos labirínticos ou confusos, em que a própria espetacularização da arquitetura confunde-se o seu ineditismo com originalidade e inovação. Através de uma pesquisa exploratória, com metodologia dividida em uma fase de revisão de literatura e uma fase empírica. Tomou-se o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói como casos exemplares, visando à verificação de como essa arquitetura responde espacialmente aos aspectos advindos da globalização e do espetáculo, ampliando a coleta de dados para além daqueles encontrados no referencial teórico. Ao final, com a explicitação da teoria elencada e com a materialização nos objetos selecionados, ratifica-se e amplia-se a hipótese inicial da pesquisa. Somam-se a ela, o entendimento de extrapolação da temática abordada no mestrado realizado, em que a forma pertinente, baseado em Edson Mahfuz, nos ajuda a explicar a fruição espacial desses espaços, sendo ferramenta metodológica valiosa para futuras análises em objetos semelhantes. Conclui-se que os museus contemporâneos, objetos voltados a requalificação de espaços nos grandes centros urbanos e sua inserção global, se utilizam da narrativa mercadológica como mote de autopromoção urbana. Esses museus participam do cenário global de produção arquitetônica, tendo seus espaços voltados Passado o século XX, nota-se uma mudança considerável no que cerne aos espaços dedicados à cultura institucionalizada ao redor do mundo, hoje, os grandes museus localizados em áreas renovadas de centros urbanos, junto à realização de eventos de caráter internacional, têm sido transformados em produtos para promoção das cidades que se projetam globalizadas. Assim, pautando em processos resultantes da globalização e do espetáculo, pode-se perceber que a fruição, a forma com a qual percebe-se os espaços e a sua forma arquitetônica, sofrem processos de transformação, tendo o próprio museu como grande obra a ser contemplada e experienciada. Percebe-se que, como consequência, a audiência e o imediatismo do consumo cultural converte-se em um papel importante no sucesso das instituições e é questão central no reconhecimento dos museus como agregadores de valor na malha urbana. A pesquisa elucida a questão sobre como os aspectos advindos da globalização e do espetáculo se materializam na fruição espacial nos museus contemporâneos, tendo como hipótese de trabalho, que esse processo, a luz da interação global, de compressão, de uma espetacularização e midiatização da arquitetura e sua sociedade, vai repercutir no projeto e na fruição dos espaços dos museus contemporâneos no sentido de propor uma arquitetura que não seja encerrada em si mesma, fluida. Uma arquitetura que proponha uma relação cenográfica, cujas formas desconexas e abstratas, podem gerar percursos labirínticos ou confusos, em que a própria espetacularização da arquitetura confunde-se o seu ineditismo com originalidade e inovação. Através de uma pesquisa exploratória, com metodologia dividida em uma fase de revisão de literatura e uma fase empírica. Tomou-se o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói como casos exemplares, visando à verificação de como essa arquitetura responde espacialmente aos aspectos advindos da globalização e do espetáculo, ampliando a coleta de dados para além daqueles encontrados no referencial teórico. Ao final, com a explicitação da teoria elencada e com a materialização nos objetos selecionados, ratifica-se e amplia-se a hipótese inicial da pesquisa. Somam-se a ela, o entendimento de extrapolação da temática abordada no mestrado realizado, em que a forma pertinente, baseado em Edson Mahfuz, nos ajuda a explicar a fruição espacial desses espaços, sendo ferramenta metodológica valiosa para futuras análises em objetos semelhantes. Conclui-se que os museus contemporâneos, objetos voltados a requalificação de espaços nos grandes centros urbanos e sua inserção global, se utilizam da narrativa mercadológica como mote de autopromoção urbana. Esses museus participam do cenário global de produção arquitetônica, tendo seus espaços voltadosPassado o século XX, nota-se uma mudança considerável no que cerne aos espaços dedicados à cultura institucionalizada ao redor do mundo, hoje, os grandes museus localizados em áreas renovadas de centros urbanos, junto à realização de eventos de caráter internacional, têm sido transformados em produtos para promoção das cidades que se projetam globalizadas. Assim, pautando em processos resultantes da globalização e do espetáculo, pode-se perceber que a fruição, a forma com a qual percebe-se os espaços e a sua forma arquitetônica, sofrem processos de transformação, tendo o próprio museu como grande obra a ser contemplada e experienciada. Percebe-se que, como consequência, a audiência e o imediatismo do consumo cultural converte-se em um papel importante no sucesso das instituições e é questão central no reconhecimento dos museus como agregadores de valor na malha urbana. A pesquisa elucida a questão sobre como os aspectos advindos da globalização e do espetáculo se materializam na fruição espacial nos museus contemporâneos, tendo como hipótese de trabalho, que esse processo, a luz da interação global, de compressão, de uma espetacularização e midiatização da arquitetura e sua sociedade, vai repercutir no projeto e na fruição dos espaços dos museus contemporâneos no sentido de propor uma arquitetura que não seja encerrada em si mesma, fluida. Uma arquitetura que proponha uma relação cenográfica, cujas formas desconexas e abstratas, podem gerar percursos labirínticos ou confusos, em que a própria espetacularização da arquitetura confunde-se o seu ineditismo com originalidade e inovação. Através de uma pesquisa exploratória, com metodologia dividida em uma fase de revisão de literatura e uma fase empírica. Tomou-se o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, e o Museu de Arte Contemporânea de Niterói como casos exemplares, visando à verificação de como essa arquitetura responde espacialmente aos aspectos advindos da globalização e do espetáculo, ampliando a coleta de dados para além daqueles encontrados no referencial teórico. Ao final, com a explicitação da teoria elencada e com a materialização nos objetos selecionados, ratifica-se e amplia-se a hipótese inicial da pesquisa. Somam-se a ela, o entendimento de extrapolação da temática abordada no mestrado realizado, em que a forma pertinente, baseado em Edson Mahfuz, nos ajuda a explicar a fruição espacial desses espaços, sendo ferramenta metodológica valiosa para futuras análises em objetos semelhantes.

Ivan Zanatta Kawahara - Mercado imobiliário em favelas: um estudo sobre os promotores imobiliários

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Resumo: Ao longo da segunda metade da década de 90 e da primeira década do século XXI, houve um significativo avanço nos estudos sobre o mercado imobiliário em favelas no Brasil. O tema deixou de ser abordado apenas nas pesquisas sobre o mercado imobiliário em geral, as favelas, a estrutura urbana, a pobreza e outros temas relacionados e passou a constituir um objeto e uma agenda de pesquisa próprios. No entanto, pouco se avançou no estudo da produção imobiliária. As pesquisas, de modo geral, se concentraram na venda e aluguel dos imóveis existentes, limitando a análise da produção à pequenas subdivisões. Mesmo essas subdivisões foram pouco abordadas, alegando sua baixa relevância no processo como um todo. No entanto, os acontecimentos recentes estabeleceram a necessidade de uma compreensão mais profunda da produção imobiliária nas favelas. A retomada do crescimento das favelas do Rio de Janeiro indicada pelos estudos do Instituto Pereira Passos (IPP), assim como a queda de dois prédios na Muzema, que revelaram uma produção imobiliária sistemática e orientada para o mercado, além de um profundo envolvimento das milícias nessa produção, impuseram sua inserção no debate público em diversos campos da sociedade (como nas instituições governamentais, na mídia, nos trabalhos acadêmicos, entre outros). A centralidade dos estudos na circulação (venda e aluguel) resulta na redução da importância das estruturas e dos agentes locais. Se a produção tem pouca importância, é possível tratar o mercado imobiliário a partir das preferências da demanda que são movidas primordialmente pela inserção da favela em relação ao restante da cidade, por exemplo, a proximidade a oportunidades de trabalho, serviços ou meios de transporte. O único elemento da estrutura local, nesse caso, seria as relações familiares e de amizade que determinariam uma maior ou menor mobilidade entre favelas ou no interior delas. Ao enfatizar a produção imobiliária, imediatamente é colocada a necessidade de estudar as estruturas locais, expressas, por exemplo, nos modos locais de regulação da construção e da propriedade; nas disputas internas de poder, que envolvem organizações públicas e da sociedade civil como as associações de moradores, as ongs, os movimentos sociais, o tráfico, a milícia, as Unidades de Polícia Pacificadoras – UPPs –, os Postos de Orientação Urbanística e Social – POUSOs – e as Regiões Administrativas – RAs e nos interesses de frações economicamente estabelecidas, como os proprietários, os locadores, os locatários e os empregadores que, a depender da conjuntura, assumem posições antagônicas; elementos que estão amplamente relacionados com a produção do espaço. Nesse sentido, tenho buscado, desde a minha dissertação de mestrado, uma abordagem do mercado imobiliário em favelas que coloque a produção e as estruturas locais no centro da análise. Acredito que essa reestruturação pode ampliar tanto extensiva como intensivamente a abrangência dos estudos, pois permite estabelecer um nexo mais claro do mercado imobiliário em favelas com a dinâmica da sociedade como um todo, ao mesmo tempo em que, ao se aprofundar nas estruturas locais, enfatiza as particularidades dos processos em espaços e tempos específicos. Neste estudo, procuro orientar essa interpretação para a análise dos promotores imobiliários e a repercussão do seu modo específico de atuação na produção do espaço, além de buscar indicações para uma reinterpretação de estudos sobre o mercado imobiliário em favelas e temas relacionados que leve em conta essa prática. Chamo de promotores imobiliários no caso das favelas os agentes que produzem habitações orientadas para o mercado e de modo sistemático, ou seja, aplicando na produção os recursos de uma produção anterior.

João Paulo Silva Bastos - Vilas Antigas e a Formação da Paisagem: O café e as contribuições à Rede Urbana na Região Sul Fluminense
Luciano Pita Correa - Salário mínimo e habitação: políticas públicas de renda e moradia no Brasil durante o período de 1964 a 1985

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Resumo: Nesta tese analisaram-se as políticas habitacionais implementadas no período de 1964 a 1985, referente à Ditadura empresarial-militar no Brasil, mais especificamente à evolução das políticas de Salário Mínimo, no mesmo período. Considerou-se a questão da habitação como produto dos processos de produção das mercadorias e reprodução do capital administrados pelo Estado, com base nos interesses da classe dominante, e subordinado a um modelo de capitalismo periférico e dependente dos países centrais, em uma economia baseada na superexploração, em que o fornecimento da casa pelo Estado instrumentalizou a habitação social como uma das ferramentas de rebaixamento da remuneração da força de trabalho no Brasil no período em questão. Considera-se que a habitação social produzida pelo Estado encerrou em si uma dupla função, seja como instrumento de efetivação dos interesses do grande capital na extração de mais-valia; seja como financiador da expansão da lógica capitalista e financeira. Isto posto, no primeiro capítulo, aborda-se a criação e a evolução do Salário Mínimo no Brasil, cuja gênese previa servir de base de cálculo das demais remunerações pagas no Brasil, sua composição e evolução, com ênfase no período da Ditadura Militar e no item de sua composição relativo à moradia. Abordaram-se seu cálculo e índices utilizados, além dos próprios conceitos norteadores deste trabalho, como direitos sociais mínimos, necessidades básicas, políticas regulatórias e distribuição de renda, buscando estabelecer neles nexos que permitam abarcar e fundamentar o escopo do trabalho.

Marco Antônio Milazzo de Almeida - Análise da influência da vegetação na qualidade higrotérmica dos espaços externos na cidade do Rio de Janeiro

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Resumo: As infraestruturas verdes urbanas proporcionam benefícios ambientais, sociais e econômicos, aumentando a resiliência climática das cidades. Nesse sentido, o uso de elementos vegetais pode controlar a temperatura e a umidade relativa do ar, melhorando o conforto higrotérmico, o consumo de energia elétrica, a salubridade e a biodiversidade. Porém, em locais consolidados, como as áreas mais antigas e centrais do Rio de Janeiro, há pouco espaço livre para a arborização nas ruas, praças e parques, o que pode ser compensado com fachadas e coberturas verdes. Para verificar a influência da vegetação nas condições higrotérmicas do ar, é adotado um protocolo multimétodo, com o uso de medições em campo, dados de estações meteorológicas, imagens de satélite, e simulações computacionais, e assim, estabelecer parâmetros para a elaboração de projetos urbanos bioclimáticos. Os resultados mostraram que a vegetação pode promover a diminuição da temperatura e o aumento da umidade relativa do ar, mas a quantificação requer aprimoramento, investimentos em equipamentos e softwares. No Datalogger instalado no bairro do Flamengo, a temperatura do ar foi menor em até 2oC e a umidade relativa do ar maior em até 3% do que nas estações meteorológicas de outros bairros menos arborizados. Nas medições em campo, foi encontrada uma diferença de até 5,4oC na temperatura do ar e de 18% na umidade relativa do ar entre duas ruas com diferentes características. As comparações dos índices gerados por imagens do satélite Landsat com as estações meteorológicas e com as medições em campo apresentaram uma relação proporcional entre a temperatura do ar e a temperatura de superfície continental (TSC), com os maiores valores em locais com os maiores índices IBI e menores índices NDVI. As simulações realizadas pelo Envimet indicaram diferenças na temperatura do ar de até 0,5oC e de 2% na umidade relativa do ar, entre o cenário existente sem vegetação, e o cenário com 12 árvores de pequeno porte, e de até 1,2oC na temperatura do ar e de 11% na umidade relativa do ar, quando comparado com o cenário da implantação conjunta de 12 árvores, coberturas e fachadas verdes simultaneamente. A pesquisa indica que para alcançar uma boa qualidade higrotérmica em locais consolidados, a distribuição das árvores é mais importante que a sua quantidade, e uma complementação com coberturas e fachadas verdes estrategicamente posicionadas, nas superfícies com maior incidência de radiação solar, pode ser muito benéfica.

Marina Vasconcellos de Carvalho - Caminhos do design urbano para cidades sustentáveis: o caso dos cruzamentos nas infraestruturas cicláveis

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Resumo: As questões relativas à mobilidade urbana e a acessibilidade da bicicleta como modo de transporte são temas do desenvolvimento sustentável das cidades que traz novas demandas urbanísticas para este terceiro milênio. O design da infraestrutura da rede ciclável urbana se desenvolve em rotas para ciclistas que incluem ciclovias, faixas cicláveis ou ciclofaixas, e ruas de tráfego compartilhado nos ambientes de mobilidade para compor uma infraestrutura única de transporte para o futuro da cidade. O objetivo do urbanismo contemporâneo deve combinar mobilidade e acessibilidade de bicicletas na rede viária para uma cidade mais habitável e, desta forma, contribuir para diminuir as viagens motorizadas como uma prioridade para se alcançar uma forma urbana sustentável. Através do olhar investigativo sobre a mobilidade na cidade contemporânea, investigamos o entendimento da bicicleta como meio de transporte na percepção humana da segurança no tráfego. Nos tipos mais comuns de infraestrutura ciclável, buscamos determinar o papel do design como agente de segurança e conforto para atrair novos ciclistas, formado por um grupo de residentes urbanos interessados no ciclismo, mas preocupados com a segurança no tráfego para o uso da bicicleta em vias urbanas. Assim, elencamos o design como elemento urbano de comunicação visual do espaço público e como um fator primordial de aumento da segurança e conforto dos potenciais ciclistas, e assim, alterar a paisagem urbana. Investigamos os tipos de instalações na via urbana que contemplam o maior impacto neste público, principalmente em cidades de baixos índices de ciclismo urbano. Este estudo contribui com o planejamento do transporte sustentável na medida em que o design visual é comprovadamente um fator de segurança para ciclistas e atua como um facilitador para a adesão de novos ciclistas na forma de orientação cicloviária. A mistura de signos e cores em informações de segurança urbana incorporadas à paisagem favorece a transição para uma cidade ciclável promovendo uma melhor qualidade da vida urbana.

Poliana Gonçalves Monteiro - Por imaginações feministas e uma ontologia de Abya Yala: uma jornada de luta feminista pelo direito ao território e à vida na Zona Oeste do Rio de Janeiro

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Resumo: A história do Bosque das Caboclas, centrada em sua matriarca, Dona Hellen, narra uma trajetória complexa sobre encontrar um lugar no mundo e a cerca da luta pelo território e pela vida. A narrativa revela experiências cotidianamente atravessadas pelas diversas manifestações da violência patriarcal e racista na cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa buscou compreender como a violência permeia a vida das mulheres periferizadas, seja a partir da violência contra seus corpos, seja pela negação do direito à permanência em seus territórios. A reflexão sobre a invisibilização sistemática das mulheres na produção do conhecimento, especialmente no campo do planejamento urbano, busca os nexos da relação entre a colonialidade do saber/poder e a transitoriedade permanente enquanto estruturantes da produção do espaço urbano. A análise sobre a persistência de estruturas profundamente arraigadas que perpetuam desigualdades sociais e espaciais evidencia a colonialidade do “nó da terra” como parte de um projeto de dominação misógino, racista e, portanto, extremamente violento. A interseccionalidade, enquanto uma ferramenta metodológica, é estratégica para entender as desigualdades territoriais em sua relação com raça, sexo, gênero e classe, permitindo ainda, uma aproximação das reflexões sobre a colonialidade, o que no contexto brasileiro é central, visto que a questão fundiária segue refletindo nas cidades um projeto de poder colonial. A pesquisa destaca a importância da liderança das mulheres nas lutas urbanas e sua relevância na articulação política e na resistência contra o racismo e o sexismo estruturais a partir dos testemunhos de reexistência de mulheres da Zona Oeste do Rio de Janeiro. O objetivo desta costura é a proposição de uma abordagem decolonial sobre o planejamento urbano que reconheça a produção feminista do espaço como uma força transformadora

Sonia Wagner de Ferrer - "Isso é Fundo de Quintal": quintais urbanos: seus usos, configurações e ressignificações nas residências da cidade do Rio de Janeiro. Estudo de caso: Jacarépaguá

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Resumo: Esta pesquisa foi realizada com vistas a estudar, dentro do vasto conteúdo do que diz respeito à relação entre o morador e seu lar, os quintais das residências urbanas cariocas; mesmo quando estas áreas livres privadas inexistem fisicamente, como na maioria dos apartamentos e em moradias em densos assentamentos populares. Já onde o quintal “existe”, há a consequente utilização desta área para determinados fins e atividades. Estas formas de apropriação desta área podem se originar, em parte, de uma espécie de “inconsciente coletivo”, puramente cultural, com significados que as determinam. Neste sentido, concluiu-se que, onde o quintal inexiste, há a inevitável transferência destes usos para outros cômodos e até mesmo para áreas consideradas públicas, e/ou de transição. Nossas questões envolveram perguntas como: Quais seriam estes usos? Como é a configuração física do espaço quintal? Há semelhanças e aspectos em comum entre quintais? Quais seriam suas peculiaridades tanto no âmbito da cultura local, quanto na consideração de diferentes situações sociais de moradia? Por fim, qual a importância da presença de espaços físicos deste tipo em uma moradia? Dentre as possibilidades metodológicas existentes neste período, decidiu-se por realizar um estudo de caso. Um dos critérios de escolha foi o de buscar uma área familiar à autora, e que foi objeto de estudo anterior para dissertação de Mestrado, ou seja, a região de Jacarepaguá, área oeste do Rio de Janeiro. As observações relativas a esta região apontam tratar-se de área que sofreu diversas transformações ao longo da história, viveu recentemente um importante incremento imobiliário, e apresenta atualmente uma tipologia residencial mista, ainda com abundância de imóveis configurados com áreas livres privativas do tipo quintal, e ainda moradias em conjuntos habitacionais e outros assentamentos populares e que podem ser uma referência, ou mesmo um contraponto. Buscou-se, também como método, a revisão atual e histórica sobre os significados do morar visando identificar espacialmente a presença do quintal, ou do que seria considerado quintal nas residências. Além de estudar a possibilidade de entrevistas e visitas, a metodologia seguida buscou envolver o estudo de plantas e imagens de algumas residências em situações diversas. Conclui-se com a relação dos significados que se apresentaram em termos culturais segundo os grupos estudados.

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Escola em Transe – 1 de dezembro de 2023, às 16h

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