Dissertações 2019

Inventando a contra-mola que resiste: Reflexões sobre o trabalho do arquiteto em tempos de precarização

Autor: Santiago, Aline Daniele Cruz

 

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Resumo: O interesse em pesquisar o mundo do trabalho do arquiteto em tempos de precarização nasce da própria experiência prática, alimentada pelos constantes questionamentos sobre a vivência e percepções dos demais colegas, assim como pelo agravamento das condições onde estava inserido o exercício. Compreender o mundo do trabalho em sua dimensão macro, assim como as perversidades da crise estrutural do capital e suas implicações sobre a força de trabalho, tornaram-se investigações fundamentais para a análise proposta. Através da apreensão bibliográfica, da análise de textos publicados por entidades representantes, apreensão de notícias da mídia vigente e da aplicação de questionários com colegas de profissão, foi possível construir um painel de entendimento da situação do trabalhador arquiteto na contemporaneidade. Apesar do estudo de caso tratar de um recorte, compreende-se que os dados gerados se referem a um fenômeno maior em amplos sentidos. A reprodução do capital depende da exploração, fragmentação e precarização da força de trabalho, e é nesse contexto em que os arquitetos, assim como diversas outras profissões, se inserem.

A distância entre intenção e gesto: A reabilitação do patrimônio cultural para habitação popular na área central do centro de Rio de Janeiro

Autor: Keuchkarian, Dulce Abigail.

 

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Resumo:Na área do centro da Cidade do Rio de Janeiro há muitos bens de valor patrimonial, não monumentais, utilizados como habitação popular, situados em áreas de proteção do Ambiente Cultural. Esses imóveis possuem elementos construtivos que demandam uma conservação que seus usuários de baixa renda não podem pagar, e por isso não conseguem conservar os imóveis. A partir da década de 80, na Cidade do Rio de Janeiro, foram formulados planos de preservação do patrimônio urbano, como as iniciativas do Corredor Cultural, Cruz Vermelha e a APA SAGAS; posteriormente, foram lançados os programas de reabilitação para o casario Novas Alternativas, o Plano de Reabilitação e Ocupação dos Imóveis do Estado do Rio de Janeiro, e o PRÓ-APAC. No entanto esses planos não conseguiram ser implementados como se previa. Este trabalho tem por objetivo identificar e problematizar os entraves que impediram a implementação da reabilitação de bens culturais de uso de habitação popular, como previam os planos aprovados a partir da década de 90. Para tanto, foram selecionados quatro casos de estudo e investigados seus planos e contextos normativos, buscando compreender a conjuntura à luz de referências teóricas sobre patrimônio cultural, e de entrevistas com os responsáveis pela implementação dos planos de reabilitação e com os moradores dos estudos de caso selecionados. Nos últimos anos, com a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, a área central, principalmente a região portuária, recebeu um grande projeto de renovação urbanística, cujo objetivo foi mudar o perfil de local de moradia popular da região, para torná-la atraente a empreendimentos empresariais. A pesquisa revelou a existência de conflitos entre os recentes objetivos governamentais para a área central da cidade do Rio de Janeiro e os objetivos manifestados nos planos de reabilitação pré-existentes. Por outro lado, a irregularidade imobiliária e a insegurança na área dificultaram a execução de projetos regulares. Com isso, os bens culturais se deterioraram, porque não foram destinados recursos para a conservação. Dentro dos problemas encontrados, há a falta de compreensão dos moradores sobre como deveriam ser as ações de manutenção do patrimônio edificado em que habitam. Também, as obras de renovação da área mencionadas elevaram o valor da terra, o que gerou que as próprias secretarias não pudessem adquirir os imóveis para reabilitá-los e designá-los posteriormente a moradores de baixa renda. Assim percebeu-se uma distância entre a intenção e o gesto nos planos de reabilitação estudados. Finalmente, buscou-se levantar alguns instrumentos que poderiam vir a contribuir para tentar reduzir os entraves encontrados e destinar recursos para realizar as obras de manutenção necessárias. Percebeu-se que seria necessário, também, apoiar atividades de educação patrimonial e difundir atividades em favor da manutenção do patrimônio. Porém, tudo isto seria possível se houver interesse, por parte do Estado e da sociedade civil, na preservação do patrimônio edificado destinado a habitação popular.

Arquitetura Oprimida em Urbano Opressivo: Condomínio Edilício para chamar de “meu” e “nosso”

Autor: Ferreira, Francisco Renato Vieira da Costa

 

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Resumo:Há realidade-em-si. Um mundo-em-si onde, entre prolegômenos e poslúdio, estou “sujeito-objeto” metódico (eu-em-mim com outro-em-mim, em estudo de caso sob pesquisa-ação singular) aplicando “ciências sociais” em ponto complexo de “mundo-de-tombo” de hipermetapluricultura “reificada” em urbano, com morte e vida, agora, em grandes cidades. “Cidade-de-tombo” onde povo displicente não se importa com funcionamento desse mundo-em-si e atem-se (ir)racionalmente a impressões imediatas e fáceis. Esse povo convive com não-displicente, em cidade onde há “tombo” de casas para refazê-las de outra forma ou tornar seus logradouros mais belos. Ou com obrigação de “tombo” de casas no intuito de reconstruí-las para não caírem por si mesmas. É cidade como desmesurado laboratório de tentativa(s) – com erro(s) ou acerto(s) – usando ou não linguagem de padrões em desenho urbano e construção (a)temporais. Nessa cidade, continuo navegando em mares e marés de incertezas, avistando (ou não) ilhas ou arquipélagos de “certezas”, de “outros-em-si” que também são “eus-em-si”. Em navegação de aparente estabilidade sobre ondas naturais e sociais, meu pensamento, reconhecendo “oportunidades de riscos” como “riscos de oportunidades”, teve (e continua tendo) que “armar-se e aguerrir-se” para conduzir minha razão ”emocional e sensível” em enfrentamento(s) de (in)certezas – dentro e fora de mim – em urbano de socioeconomia (in)sustentável. Nesse urbano há, pelo menos, um caso de (re)produção social – assentamento “humano” – não alcançada por institutos de pesquisas baseadas em amostras domiciliares locais, regionais ou nacionais. Trata-se de ponto cosmogeoantrópico gerado em processo urbano exógeno composto por: incorporação, projetos de arquitetura e engenharia, construção, ocupação mista e retroprofit “pós-ocupacional”. Esse “ponto complexo” é condomínio edilício vertical supostamente “legal” – situado na cidade Rio de Janeiro, em bairro urbano nem “rico” nem “pobre”. A finalidade de expor esse caso é alertar para desintegração de “humano” em microforma urbana “cristalizada” por processo que se volve, revolve, envolve e desenvolve em presente contínuo – em cujo bojo “convivem” (incluindo o próprio pesquisador) e há “tombo” de pessoas que pouco ou nada se conhecem. O objetivo principal dessa exposição é conhecer quintessência urbana em edifício ocupado por esse condomínio, envolvendo condôminos em subprocesso urbano endógeno de retroprofit “ocupacional”, no sentido de autossustentabilidade condominial em exoendoponto autogerido. Para tanto, nessa exoendogenia, houve (e ainda há) que soltar “amarras” legais, técnicas, econômicas e culturais, que, em hoje perpétuo, “tolhem” esse envolvimento dinâmico. Por isso, em análises matriciais sucessivas, procurei identificar vetores (legais, técnicos e econômicos) que, pelo menos “formalmente”, foram aplicados nessa construção arquitetônica, e vetores culturais que se têm evidenciado em ocupação e convívio condominiais. Em análises comparativas entre projetos de arquitetura e projetos de engenharia busquei identificar e diagnosticar descumprimentos legais, falhas técnicas, desvalorização patrimonial e inibição de relacionamento humano sadio. Finalmente, desses dois tipos de análise tentei fazer sínteses sucessivas em matrizes categóricas que culminariam em Matriz Condominal Vital (MCV) da qual, usando escala de tipo Lickert, surgiria novo indicador socioeconômico de bem-estar humano: Índice de Vivência e Convivência Condominial (IVCC).

Mobilidade e Produção do Espaço Urbano: Estudo de Caso do Bairro Santa Cruz, RJ

Autor: Santos, Gabriela Mesquita Ramalho dos

 

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Resumo:Esse trabalho se dedicou a relacionar a produção de infraestrutura de mobilidade e seus rebatimentos na produção do espaço urbano no Bairro Santa Cruz, localizado no extremo oeste do município do Rio de Janeiro. A pesquisa teve como objetivo entender como essas redes e conexões foram estruturadas ao longo dos anos a partir dos Planos Diretores, dos recentes investimentos e das parcerias público-privadas. A pesquisa possui como foco central a compreensão de um processo de criação, ressignificação e reapropriação de espaços configurados e reconfigurados a partir de dois principais sistemas de mobilidade que atendem o bairro: o rodoviário e o ferroviário. Os quais foram responsáveis por induzir a ocupação de Santa Cruz. Para capturar esse processo, a escolha metodológica foi uma análise qualitativa, envolvendo levantamento bibliográfico, e também o registro pessoal, buscando revelar um processo de transformações da infraestrutura de mobilidade, desde a implantação do sistema ferroviário em 1872 até a mais recente – a implantação do BRT Transoeste – em 2014, apresentando ações e apropriações que vêm ocorrendo após o período de implantação. Para além dos planos, os investimentos mais recentes no bairro ajudam a refinar a análise e revelam um panorama das tensões entre agentes sociais que se descortinam e refletem a produção do espaço urbano.

Mobilidade urbana e sua influência na segregação da cidade do Rio de Janeiro

Autor: Kwok, Gabriela Santa Cruz Neves 

 

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Resumo:A dissertação analisa os sistemas de transporte de massa na cidade do Rio de Janeiro e a possibilidade de haver influência no panorama local de segregação espacial e residencial. Não pretende considerar os achados uma coisa definitiva, porque o fenômeno está imerso em complexidade, e relacionado também a fatores que não foram modelados. O trabalho investiga ainda a possibilidade de que a mobilidade urbana, aliada a condição de renda do cidadão carioca, seria agente fomentador desse processo. Baseado no histórico do Rio de Janeiro, o trabalho investiga a relação entre mobilidade e segregação através da análise da renda da população e das distâncias percorridas em deslocamentos origem-destino baseados em transportes públicos, trens e metrô. A pesquisa busca examinar a hipótese de que os transportes públicos de massa, como parte significativa da infraestrutura de mobilidade na cidade, potencializam ao invés de aliviar os processos de segregação espacial e residencial. Resultados sugerem que a hipótese se sustenta frente aos achados empíricos. Finalmente, os achados da presente pesquisa pretendem contribuir para novos horizontes de avaliação do papel do transporte na segregação, além de enfatizar a importância de estudos empíricos como instrumento de suporte a decisões de planejamento da mobilidade e ocupação do território.

Conflitos Socio-Ambientais em Paraty: o caso da Estrada de Paray-Cunha

Autor: Neves, Isabela Santa Cruz

 

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Resumo: Este trabalho, intitulado “Conflitos Socioambientais em Paraty: o caso da estrada Paraty-Cunha”, pretende discutir os conflitos ambientais e urbanos na região da estrada Paraty- Cunha relacionados à constante disputa entre a manutenção do meio ambiente intocado e o avanço da cidade de Paraty sobre o território. Baseado no histórico da região e de seus conflitos socioambientais, é mister desvelar aqueles que surgiram a partir da disputa de interesses ao longo da estrada Paraty- Cunha e quais atores estariam envolvidos: interesses de empresas que almejaram instalar hotéis, pousadas e restaurantes; a pavimentação da estrada que tem causado impactos ambientais sobre a Unidade de Proteção Integral- o Parque Nacional da Serra da Bocaina; a flexibilização das normas ambientais e urbanísticas por parte do ente público frente aos conflitos. A presente pesquisa ganha relevância frente ao seu caráter transdisciplinar, ao abordar questões ambientais, urbanísticas e normativas, além de ter como objetivo a discussão sobre a espacialização das normas e os conflitos existentes na região da estrada Paraty- Cunha e na cidade de Paraty, buscando ainda promover o diálogo entre urbanismo, direito e meio ambiente.

O Patrimônio Cultural e o Desenvolvimento Sustentável

Autor: Pinto, Izabela Martins de Oliveira

 

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Resumo: A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em 1992 na cidade do Rio de Janeiro – a Cúpula da Terra ou Rio-92, como ficou conhecida – gerou um importante instrumento de planejamento participativo: a Agenda 21. Nela, os Estados-membros delinearam um plano de ação para substituir o modelo reconhecidamente insustentável de crescimento econômico prevalente no mundo e também estabeleceram um pacto de cooperação internacional para atingir o Desenvolvimento Sustentável. No processo de internalização da Agenda global para formulação da Agenda 21 Brasileira, o Patrimônio Cultural é tratado como uma oportunidade para reverter o esvaziamento e a degradação de áreas centrais urbanas, entretanto, esse processo não foi capaz de gerar políticas e ações concretas. Recentemente, a Agenda 21 foi substituída pela nova agenda de Desenvolvimento Sustentável: a Agenda 2030 que se propõe a ampliar o escopo da sua antecessora para alcançar os objetivos que não foram atingidos por ela e que, efetivamente, atribui uma meta para o Patrimônio Cultural no Desenvolvimento Sustentável. O objetivo deste trabalho é verificar como o Patrimônio Cultural tem sido incluído no debate mundial e nacional sobre o Desenvolvimento Sustentável e como as instituições de preservação têm se posicionando frente aos desafios que se colocam nos tempos atuais através da Análise de Discurso dos principais documentos norteadores das estratégias do Desenvolvimento Sustentável e das políticas patrimoniais.

Entre Rupturas e Recapturas: O Ministério das Cidades e e Política Urbana do Século XXI

Autor: Vellozo, Leticia Domingos

 

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Resumo:No primeiro decênio do século XXI, um campo para a construção de alternativas “pós-neoliberais” parecia ter sido construído na América Latina. As respostas aos efeitos regressivos do Consenso de Washington foram interpretadas como um “giro à esquerda”, e é neste contexto que surge o Ministério das Cidades. A instituição é criada a partir do reconhecimento de que desafios urbanos do país precisariam ser encarados como política de Estado, e seus quadros estavam ligados ao movimento social urbano que acumulou forças na luta pela democratização do país e pela reforma urbana. Se a empreitada de exercer influência na política urbana nacional que teve como linha de chegada o Ministério das Cidades, não ocorreu como o imaginado, houve um esforço de difundir um discurso alternativo à narrativa dominante do planejamento neoliberal? Neste sentido, o objetivo do trabalho é analisar em que medida o Ministério das Cidades, no período de 2003 – 2005, rompe ou tenta romper com este discurso. O produto é uma avaliação crítica deste momento híbrido, uma incursão exploratória na crítica da atuação da esquerda e uma contribuição para uma agenda de estudos da política urbana brasileira.

Dimensões e dinâmicas do campus científico: a Fundação Oswaldo Cruz como caso de estudo

Autor: Muros, Marcos Antonio Prestes de

 

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Resumo: Esta dissertação tem como motivação o espaço institucional do campus da Fundação Oswaldo Cruz em Manguinhos, tomando como referência sua organização espacial e a sua adequação física às necessidades de seus usuários, para estudar o funcionamento do campus e seu desenvolvimento. O estudo aborda aspectos históricos, políticos, institucionais e passa por aspectos espaciais, territoriais, arquitetônicos e urbanísticos. A pesquisa busca conhecer o que foi planejado e construído, a diversidade em suas tipologias arquitetônicas, e as diferentes temporalidades nas suas edificações. Tendo o Castelo da Fiocruz como elemento principal e orientador, observam-se no campus a convivência e o contraste entre o passado e o presente com suas edificações seculares e os novos prédios construídos com características modernas, pós-modernas e contemporâneas. O estudo buscou aplicar as noções propostas pelo arquiteto Kevin Lynch com a associação de outros autores como: Panerai e Kohlsdorf de forma a construir uma abordagem com a qual foi possível fazer inferências a fim de verificar as interações entre a forma física das construções e a interpretação do campus como uma cidade. A partir das relações de vizinhança de uma cidade, desenvolvida por Carlos Nelson F. dos Santos, são analisados alguns procedimentos na construção do campus Manguinhos com o propósito de identificar possíveis conflitos, e proceder a uma Visão Sistêmica que visa elucidar o seu funcionamento. Espera-se que o presente estudo traga subsídios aos gestores e aos técnicos responsáveis pela manutenção e expansão do campus, contribuindo para o entendimento do espaço físico do campus da Fundação Oswaldo Cruz.

A suburbana villa proletária Marechal Hermes: Morfologia urbana e ambiência

Autor: Bodas, Maria Cecília Ramos

 

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Resumo: Em 2013 o Conjunto Residencial Marechal Hermes, inaugurado em 1913 como Villa Proletária Marechal Hermes, completou 100 anos Para comemorar o centenário do empreendimento e salvaguardar o testemunho da primeira iniciativa do Estado brasileiro no âmbito da habitação operária foi criada a APAC – Área de Proteção do Ambiente Cultural do bairro Marechal Hermes, em nível municipal. O objetivo desta pesquisa é investigar os atributos espaciais que fazem da antiga vila operária um lugar com caráter e essência singulares, por meio dos conceitos analíticos de morfologia urbana e de ambiência – genius loci. Quais atributos espaciais, sejam tangíveis, sejam intangíveis, tornam ou transformam o conjunto urbanístico e arquitetônico do bairro operário num spirit loci (genius loci) a ser preservado? Quais elementos agregam significado a esse lugar localizado num bairro do subúrbio da Central? O recorte temporal foi dividido em dois momentos do bairro: o projeto original do bairro operário de 1913 e as respectivas intervenções e o conjunto residencial nas primeiras duas décadas do século XXI. A pesquisa consiste na análise associada dos aspectos físico-morfológicos e dos aspectos intangíveis (genius loci e patrimônio cultural) do conjunto a partir de reflexões teóricas e pesquisa empírica. O resultado esperado é descobrir quais atributos espaciais fazem da suburbana Villa Proletária Marechal Hermes um lugar com espírito, um ambiente portador de significados para seus moradores e usuários.

As mulheres negras e o espaço público: Um encontro subversivo

Autor: Ramos, Marina Ferreira Mariano.

 

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Resumo: Este estudo tem o intuito de construir uma análise de como as mulheres negras experimentam o espaço público das cidades, com a proposta do uso da raça e do gênero como categorias analíticas. Para tal, elaborou-se a problematização da divisão racial do espaço a partir de uma revisão teórica de pesquisas que discorrem sobre o processo de formação das cidades, dando especial atenção às ferramentas utilizadas para a expulsão da população negra dos espaços urbanos mais valorizados. Houve um esforço de desmistificação da falsa ideia de democracia racial brasileira e de busca pelos desdobramentos desta crença no âmbito social e nos estudos urbanos. Considerando a posição de subalternização experimentada pelo sujeito da pesquisa, estruturou-se uma caracterização deste grupo com o objetivo de emergir suas especificidades. Centrando a investigação nas articulações entre o racismo e as práticas territoriais que atravessam o cotidiano dessas mulheres, a pesquisa apresenta as narrativas espaciais das adolescentes negras estudantes do Colégio Estadual Aurelino Leal, localizado na cidade de Niterói.

De Te Fabula Narratur: Conexões entre o Símbolo COMPERJ e a valorização da Terra e da Moradia em Itaboraí e Maricá - RJ

Autor: Cardoso, Nicolle Peres.

 

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Resumo: O presente trabalho de dissertação reflete sobre os impactos do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) na valorização imobiliária e fundiária, e na fragmentação territorial dos municípios de Itaboraí e Maricá, integrantes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), e localizados no Leste Fluminense. A pesquisa entende o Comperj como um Grande Projeto Regional, capaz de gerar impactos nas dimensões simbólica, política, social, econômica, habitacional, fundiária, e ambiental do espaço em que está inserido, sendo um foco relevante de estudo. A análise do objeto da pesquisa abrange a investigação da valorização da terra e da moradia sob o suporte jornalístico, e o dimensionamento de suas intensidades em Itaboraí e Maricá, no período anterior (2000-2006) e posterior (2006-2018) ao anúncio do empreendimento. Trata da dimensão simbólica do Comperj no sentido do discurso oficial do poder público para a sociedade de massas, associado ao desenvolvimento econômico, progresso, geração de empregos e sustentabilidade, e sua apropriação no discurso e nas estratégias de venda dos promotores imobiliários, impactando a dimensão fundiária e habitacional da área de influência do complexo petroquímico. Argumenta que o anúncio e a construção do Comperj contribuíram para inaugurar novos patamares de valorização da terra e da moradia em Itaboraí e Maricá.

O Canto de Itaipu: um jogo de sentidos e significados em um projeto urbanístico participativo

Autor: Carvalho, Paula Couto Guimarães.

 

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Resumo: Esta dissertação faz uma análise crítica sobre o significado da participação popular como um instrumento democrático, inserido no contexto da racionalidade neoliberal, a partir da observação de um caso de intervenção urbana participativa. A participação popular será discutida através da perspectiva do método materialista histórico, utilizando como ferramenta de análise a Análise de Discurso. Esta abordagem implica na análise de conteúdo do texto, não análise gramatical, e na discussão do caráter ideológico do discurso identificado no processo. Este tema será analisado no Projeto Canto de Itaipu, um projeto de intervenção urbanística na comunidade de pescadores artesanais de Itaipu, na cidade de Niterói. Este projeto fez parte de um programa do Governo do Estado para intervenções urbanísticas em diversas comunidades pesqueiras artesanais localizadas no coração da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, onde este projeto seria o modelo de intervenção a ser seguido nas demais áreas ocupadas por comunidades pesqueiras. O dispositivo teórico articulado para esta análise faz considerações sobre ideologia, Estado, democracia e neoliberalismo com o objetivo expor as contradições que envolvem a contenção de conflitos no processo participativo analisado. Buscamos identificar qual nível de intervenção popular pode ser alcançado através da participação, tendo em vista um processo participativo que revela uma relação de poder assimétrica.

Planejamento da Mobilidade Urbana como ferramenta de Gestão: Reflexões sobre o caso da Cidade de São Gonçalo,RJ.

Autor: França, Poliana de Souza Borges.

 

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Resumo: A cidade de São Gonçalo teve seu auge em meados do século XX quando era reconhecida como a Manchester Fluminense, referência à cidade inglesa conhecida pela sua concentração industrial. Entretanto São Gonçalo perdeu seu status em alguns anos devido a uma série de fatores, um deles caracterizado como a obsolescência devido ao pouco estimulo do Estado e a ausência de um reconhecimento do seu potencial econômico. O desdobramento desse processo de desindustrialização culminou na consolidação do município como cidade dormitório, ou melhor, uma periferia consolidada da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Atualmente a cidade vive em meio a uma crise da mobilidade – a qual abrange toda a região metropolitana – e sofre com a precarização de sua infraestrutura urbana. Dado o cenário econômico municipal e federal, caracterizado pela redução de investimentos, a pesquisa busca encontrar proposições que estabeleçam um caminho que corrobore para o desenvolvimento sustentável da cidade. O objetivo geral será demonstrar a importância da mobilidade urbana como instrumento estruturante na gestão da cidade. O processo de planejamento da mobilidade então se coloca como uma ferramenta capaz de contribuir para ordenar o território e viabilizar instrumentos urbanísticos para o financiamento de melhorias urbanas.

A Produção do Espaço e da Moradia em Niterói-RJ

Autor: Pereira, Rafael Carvalho Drumond.

 

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Resumo: Esta dissertação tem por base a investigação sobre a produção do espaço urbano da cidade de Niterói-RJ. Através da crescente integração entre as ações dos setores imobiliários e da administração pública, busca-se analisar a relação entre o mercado de terras e o acesso à moradia no município de Niterói-RJ, especialmente pelas camadas de menor poder aquisitivo. Pretendemos desvendar a complexa atuação dos agentes sociais na produção do espaço urbano, investigando como cada grupo se relaciona com a terra urbana e a habitação, como objetos de interesses generalizados, e desvelar a atuação do executivo municipal no equacionamento da questão habitacional. Com vistas à construção de uma abordagem crítica que permitisse a compreensão das relações sociais em sua dimensão espacial, o trabalho estabelece como orientação teórica o entendimento de que, nas sociedades capitalistas, o espaço apresenta-se como condição, meio e produto da reprodução social. Os principais conceitos desenvolvidos na pesquisa são: fragmentação e segregação sócio-espacial, informalidade habitacional, valorização fundiária e direito à cidade. Objetivando aprimorar o entendimento das estratégias de produção do espaço pelos agentes sociais, e permitir identificar suas principais áreas de atuação, produzimos o mapeamento das habitações autoproduzidas (assentamentos precários), das habitações subsidiadas (habitação de interesse social) e das habitações de mercado (produção imobiliária).

Atualizações

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