Dissertações 2018

Impactos da Morfologia Urbana na Ambientação do Espaço Público

Autor: Cacholas, Caio Garcia de Almeida

 

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Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar a relação na microescala entre parâmetros construtivos que definem os tipos arquitetônicos proeminentes nos centros urbanos no nosso país – tais como alturas, afastamentos, taxa de ocupação e coeficientes de aproveitamento do lote – e seus impactos nos espaços públicos em sua proximidade, em fatores ambientais. A pesquisa revisa estudos que realizam análises de impactos ambientais das cidades, ressaltando os métodos para avaliar os efeitos em variáveis como insolação, e velocidade do vento. Serão investigados os principais efeitos da verticalização dos tipos arquitetônicos nesses quesitos. A partir desta análise dos métodos utilizados por estudos anteriores, a pesquisa vai definir sua própria abordagem. A dissertação não pretende olhar para morfologias construídas, mas para os modelos de morfologia contidos nas regras urbanísticas, e pretende avaliar seus impactos prováveis. Delimita-se como foco deste estudo a análise de impactos ambientais dos parâmetros de regramento construtivo das edificações na cidade do Rio de Janeiro. Utilizando a linguagem de scripts CGA, será desenvolvido um conjunto de procedimentos analíticos em um modelo de simulação computacional das volumetrias, em conformidade com a legislação municipal. O modelo utilizará os parâmetros construtivos da legislação como variáveis espaciais para gerar a volumetria das edificações. Os modelos gerados são em seguida analisados pelos softwares Ecotect e Autodesk CFD para verificar os impactos dos cenários em ventilação e insolação.

Lugaridade dos Espaços Públicos das Cidades em Expansão: O Caso de Maricá,RJ

Autor: Quevedo, Camila

 

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Resumo:O conceito de lugar fenomenológico, fundamental na geografia, vem sendo trazido com mais frequência aos estudos de arquitetura e urbanismo, em trabalhos teóricos e nas práticas projetuais. Associado a ele vê-se a utilização do termo “lugaridade”, presente nas investigações sobre a relação entre os espaços e os homens, que designa o conjunto de características constitutivas dos lugares. Lugares são locais dotados de qualidades físicas, usos e significados específicos: detentores de lugaridade. O seu oposto (os espaços distorcidos por modas, que não expressam autenticidades locais e que possuem fraca ou nenhuma capacidade de promover reunião) são os “lugares-semlugaridade”. Costuma-se associá-los às cidades contemporâneas, por sua ocupação dispersa em que predominam os espaços destinados à circulação. Tendo isso em vista, esta dissertação busca investigar como a expansão da urbanização influi na lugaridade das cidades pequenas que se localizam nos bordos dos aglomerados urbanos, valendo-se do Município de Maricá como estudo de caso. É feita revisão bibliográfica que traz uma análise das características da urbanização contemporânea, focando nas transformações ocorridas nas cidades e no pensamento científico na transição da modernidade para a pós-modernidade, uma explanação do conceito de lugar fenomenológico desde sua ascensão nas ciências sociais até sua utilização na atualidade, a abordagem do conceito dentro da arquitetura e urbanismo e uma revisão teórica do significado de espaço público na contemporaneidade. Posteriormente chega-se à pesquisa de campo, cujo objetivo é observar a lugaridade nos espaços públicos de Maricá. Para tanto, recolheu-se poesias, fotografias, mapas, vídeos, conversas informais e observação não participante.

Programa Minha Casa Minha Vida na Colônia Juliano Moreira, Rio de Janeiro: análise e reflexões quanto à dimensão sócio-espacial (2009 a 2017)

Autor: Nascimento, Cláudia Caputo

 

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Resumo: Esta dissertação trata da política habitacional na cidade do Rio de Janeiro e tem como objetivo estudar o Programa Minha Casa Minha Vida, a partir de duas escalas. A primeira trata do programa, contemplando a sua criação e sua implementação na cidade. A segunda é desenvolvida com base em dados empíricos na Colônia Juliano Moreira, no bairro de Jacarepaguá, e tem como objetivo analisar a implementação de conjuntos habitacionais produzidos pelo Programa, com lógicas distintas, nas suas modalidades: Empresarial e Entidades. Em relação ao Programa foram trabalhadas as principais normativas e a análise dos dados referentes à produção habitacional do segmento empresarial até julho de 2016, nas três faixas de renda familiar, e sua espacialização na cidade do Rio de Janeiro. Procedimento análogo foi feito em relação à produção habitacional da modalidade Entidades. Neste contexto, a análise trata dos agentes envolvidos na produção do espaço. Na dimensão local, na Colônia Juliano Moreira, a pesquisa retoma os agentes da produção do espaço de forma aprofundada no reconhecimento de suas lógicas, formato das modalidades do Programa, projetos, operacionalidade e aspectos que envolvem a questão da inserção sócio-espacial dos empreendimentos no território. Os procedimentos metodológicos envolveram a coleta e análise da documentação existente, entrevistas com os principais agentes e a observação de campo com ampla coleta de dados empíricos. O desenvolvimento da pesquisa possibilitou identificar aspectos da operacionalidade do programa habitacional e as formas de apropriação dos espaços relacionadas à sua lógica de produção.

Planejamento e Participação: Estudo de Caso PUR PENDOTIBA, Niterói, RJ

Autor: Gorham, Cynthia

 

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Resumo: O presente trabalho reflete sobre as escalas de planejamento e sua relação com os processos participativos na discussão e decisão de iniciativas voltadas à transformação e/ou renovação de áreas urbanas. Tal reflexão encontra-se baseada na observação das propostas urbanas ocorridas no período de 2013-2016, durante a administração do prefeito Rodrigo Neves da cidade de Niterói, RJ, em especial no processo de discussão e deliberação do Plano Urbanístico Regional de Pendotiba, o PUR Pendotiba. A metodologia utilizada prioriza as discussões ocorridas nas audiências públicas assim como as gravações e documentos disponibilizados publicamente nas mesmas. O cenário político administrativo identificado com o neoliberalismo vem exigindo um modus operandi de planejar que requer a inversão das escalas de planejamento, de maneira a garantir a agilidade na implementação das propostas urbanas. Para cumprir tais exigências requer-se a flexibilização na regulação urbana, a rapidez de processos decisórios e formas de discussão, apresentação e convencimento da pertinência das propostas contidas nos planos. Para além da mencionada inversão das escalas de planejamento, que se conclui é que os processos decisórios têm se transformado num simulacro voltado especialmente para a aprovação de propostas que dificilmente irão atingir um considerável contingente da população. A transparência, o incentivo à participação, a integração da gestão entre o poder público local e a população não foram utilizados no todo e nem em partes suficientes para a garantia de atingir princípios vinculados à gestão democrática.

Agricultura Urbana: um Olhar a partir da Sustentabilidade e da Multifuncionalidade da Paisagem

Autor: Machado, Fabíola Dornelles Torres

 

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Resumo:Em um planeta no qual mais da metade da população vive nas cidades, há um crescimento desordenado que enfatiza as desigualdades e exerce impactos não só sobre a vida urbana, mas também sobre o meio ambiente. Meio ambiente esse que sofre também com as pressões do consumo da população, sendo forçado a produzir cada vez mais para saciar a necessidade de todos. Demandas nunca são satisfeitas em uma sociedade desigual, na qual concomitantemente uma parcela da população passa fome e outra sofre de obesidade. Nesse contexto, a agricultura urbana (re)surge como uma forma de minimizar e mitigar tais impactos e desigualdades, ao proporcionar à cidade e à sua população uma maior facilidade ao alimento, uma vez que ela tem o potencial de promover a segurança alimentar e criar, nas cidades, paisagens mais integradas à natureza. Tendo em vista tais considerações, o objetivo desta pesquisa é analisar hortas comunitárias na cidade do Rio de Janeiro. A metodologia dá-­se a partir de revisões bibliográficas que evidenciem os potenciais da agricultura urbana e o seu papel na sustentabilidade e na requalificação da paisagem. Espera-­se com as discussões arroladas contribuir para que disponibilizar um material informativo sobre a prática de hortas comunitárias, a fim de que possa servir como uma forma de estimular planejadores a compreenderem a necessidade da implementação da agricultura nos espaços urbanos. Como resultados, ao longo da pesquisa, as análises das hortas na cidade do Rio de Janeiro evidenciaram que, apesar da segurança alimentar ser uma questão importante principalmente nas regiões mais carentes, ela não é tratada como relevante no que diz respeito à agricultura urbana pelos envolvidos nas hortas. O que se viu é que, para eles, as relações sociais e as questões ambientais se mostravam mais importantes. À guisa de conclusão, entende-­se que a agricultura urbana deve ser pensada sempre em sua multifuncionalidade, para que seja possível atender aos mais diversos interesses e ter seus potenciais aumentados.

Quando o Papo é Reto. Confrontos Narrativos na Cidade de São Paulo

Autor: Azevedo, Francisca do Rosário Alexandre de |

 

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Resumo: Busca-se refletir sobre os sentidos das narrativas e linguagens do rap a fim de reconhecer as ideologias, atores sociais que coexistem na cidade e as formas de contraposição à exclusão social dos espaços periféricos. Assim como, perceber de que maneira disputas relacionadas aos processos de intervenção no espaço urbano, como as políticas de controle sócio territorial, trabalham para manutenção da imobilidade física e social do sujeito periférico na cidade de São Paulo. E como o rap, para além de um estilo musical, portador de uma vertente comunicacional, se coloca como sistema orientador, narrativo e insurgente. Para o desenvolvimento da reflexão, foram realizadas pesquisas discográficas, análise das letras, entrevistas, depoimentos, documentários, observação em shows e eventos sobre o universo do rap.

Reabilitação da Área Central do Rio de Janeiro: Interfaces Arquitetônicas e Urbanísticas

Autor: Silva, Henrique Brunno Rocha

 

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Resumo: Nas últimas décadas houve uma grande redução da população das áreas centrais das grandes cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, o que resultou em uma larga degradação do patrimônio edificado e outros problemas urbanos. Apesar destas áreas apresentarem uma infraestrutura urbana consolidada, diversos edifícios encontram-se sem uso ou subutilizados. A busca pelo desenvolvimento sustentável das cidades e a situação atual de degradação e abandono da área central do Rio de Janeiro instigam um estudo sobre a importância da reabilitação deste espaço. Assim, o objetivo geral do trabalho é discorrer sobre a necessidade da reabilitação da área central do Rio de Janeiro, sob a perspectiva das interfaces arquitetônicas e urbanísticas existentes no processo de reabilitação edilícia, com vistas a discutir seu potencial para alcançar à reabilitação urbana, a partir de casos da área central do Rio de Janeiro. A metodologia adotada consiste no levantamento bibliográfico sobre as diferentes escalas de intervenção, observações in loco da área de estudo, pesquisa empírica com agentes específicos, análise dos parâmetros arquitetônicos e urbanísticos, leis e incentivos de reabilitação. Foi realizada uma análise da área central pontuada por cinco edifícios passíveis de reabilitação, ou que já passaram por este processo, que são representativos das questões estudadas. Percebe-se que muitas das intervenções urbanas ocorridas na área central do Rio de Janeiro visaram, prioritariamente, à renovação, que, a partir da demolição dos elementos existentes, busca um novo padrão urbano sem considerar suas preexistências. Nos edifícios estudados, percebe-se que diferentes fatores contribuem para sua reabilitação, como sua localização, sua área construída, sua conectividade à malha urbana, a existência de equipamentos urbanos em seu entorno, entre outros, de forma que o edifício não pode ser considerado como um bem isolado. Apesar de alguns incentivos do governo para a reabilitação de edifícios, como a concessão de incentivos fiscais de isenção de IPTU, alguns fatores parecem dificultar os processos de reabilitação, como a atual recessão econômica do Estado do Rio de Janeiro, problemas cartoriais, falta de padronização dos projetos e as limitações físicas para novos usos ou atendimento às normas edilícias. A reabilitação urbana, apesar de estar em pauta nos últimos anos, ainda tem dificuldade para deixar o papel e ser implementada. Enquanto isso, as cidades continuam seus processos de espraiamento à medida que as áreas centrais se apresentam cada vez mais degradadas e subutilizadas.

Diversidade Urbana e PMCMV: Impactos para Moradores e Bairros

Autor: Mendes, Júlia Cantarino da Costa Siqueira

 

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Resumo: Estudos sobre o Programa Minha Casa Minha Vida identificaram a reprodução de um modelo de segregação espacial dos moradores de rendas mais baixas em locais onde não há suporte do entorno para as atividades dos moradores. A presente pesquisa propõe mensurar esse suporte através de um índice, fazer uma avaliação temporal desse para compreender as alterações nas ofertas de serviços nesse entorno e ainda, através de correlações estatísticas, verificar se o tamanho dos lotes e a fragmentação da malha influenciam na dinâmica microeconômica do entorno. Foram analisadas seis áreas em expansão na Zona Oeste do Rio de Janeiro, nessas áreas foram identificados índices de diversidades menores que em outras áreas da cidade. Através da análise temporal foi possível verificar que houve um crescimento da diversidade microeconômica dos entornos e uma diminuição das distancias percorridas pelos moradores para ter acesso a serviços e comércios, indicando um impacto dos moradores no entorno. A pesquisa observou que entornos com mais segmentos, uma malha urbana mais fragmentada, sofreram mais alterações de diversidade, já o tamanho dos lotes não apresentou relação com essas alterações. A pesquisa recomenda possíveis expansões da análise para outras áreas, abrangendo mais variáveis e diferentes desenhos metodológicos.

Autoexclusão no espaço urbano: O caso da Barra da Tijuca

Autor: Martins, Marcio Menezes

 

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Resumo: Cidades vêm produzindo diferentes tipos de enclaves urbanos fortificados (CALDEIRA, 2010). Grandes condomínios fechados, shopping centers, conjuntos de edifícios de escritórios buscam resolver internamente as necessidades de seus usuários e empreendedores. O recorte escolhido para a investigação desta espacialidade contemporânea é a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Contemplado com um plano modernista do Arquiteto Lucio Costa, em 1969, o bairro foi sendo constituído ao longo do tempo por diversos projetos dispersos e fechados. Analisando a história, condicionantes econômicos e sociais e a morfologia urbana, o trabalho procura refletir sobre estes espaços que se tornaram áreas de autoexclusão as quais, intencionalmente, possuem limitada comunicação, integração e responsabilidade de compor o tecido da cidade. A trajetória destes empreendimentos evidencia o patrimonialismo (FAORO, 2012) em ação junto ao poder público, em um processo baseado no racionalismo individualista e na financeirização da produção do espaço urbano. O produto é um espaço marcado pela segregação sócio-espacial, fruto do modelo de acumulação flexível do capitalismo globalizado. Tais empreendimentos contribuem para ampliar o estranhamento entre os cidadãos, produzindo significativos custos sociais e ambientais em uma sociedade caracterizada por grandes precariedades, no que diz respeito a infraestrutura e acesso a equipamentos públicos. Esta tipologia urbanística, entretanto, obteve grande sucesso no mundo e no Brasil. Este êxito é fundado no medo (real e construído, potencializado pela imprensa e pela publicidade). É fruto também de preconceitos, do desejo de exclusividade e privilégios. Acontece contrariando a teoria urbanística, que, desde a tradição iniciada por Jane Jacobs, vem procurando justificar a inviabilidade destes modelos segregados para a produção de espaços urbanos como devem ser: vivos, includentes, integrados, eficientes, sustentáveis e seguros.

Um estudo sobre as Estratégias do Capital Imobiliário e sua materialização no Ambiente Contruído Urbano: O caso do Jardim Icaraí, Niterói

Autor: Lutterbach, Maria Alice Schuabb Monteiro

 

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Resumo: A presente dissertação tem como tema central as estratégias empregadas pelo capital imobiliário em seus movimentos de transformação do solo urbano, processo que ocorre na maioria das cidades, por diversas razões. Uma vez que o solo urbano é considerado uma mercadoria especial, não reprodutível através da força de trabalho como outras mercadorias o são, ocorrem disputas pelo seu domínio e pelo acesso às melhores localizações dentro do contexto urbano. Isso favorece a valorização do solo urbano, ao permitir que o proprietário de terra – ciente de sua condição favorável – cobre uma renda equivalente ao maior e melhor uso possível de seu terreno. Assim, o proprietário de terra passa a auferir renda pela venda de seu produto ao capital imobiliário, o que permite a esse último a obtenção de lucro médio ao empreender. Contudo, como o elemento motriz para o funcionamento desse setor do capital é a obtenção do lucro máximo possível, há um contínuo esforço na criação de novas estratégias de utilização do terreno a fim de que seja possível a ele obter, constantemente, os sobrelucros advindos de ações não antecipadas pelo proprietário de terra e que, por isso, não haviam sido incluídos no preço do terreno. Dessa forma, esta dissertação toma como ponto de partida analisar e aprofundar o conhecimento a respeito da atuação do capital imobiliário, que culmina com a transformação e valorização do solo urbano das cidades. Neste sentido, a dissertação estabelece, como base central, a investigação de um estudo de caso real, o da localidade conhecida como Jardim Icaraí, situada nos bairros de Icaraí e Santa Rosa, município de Niterói, através do qual busca-se compreender como são dadas, na prática, as estratégias de atuação do capital imobiliário com vistas à obtenção dos sobrelucros e os possíveis efeitos dessa atuação sobre o ambiente construído urbano das cidades. Para tanto, a pesquisa compreende três etapas distintas. A primeira trata da revisão e análise bibliográfica dos conceitos relacionados ao tema incorporação imobiliária. Na etapa seguinte são apresentados os contornos legais, materiais e simbólicos do objeto de estudo, bem como de sua situação no cenário da cidade de Niterói e dos bairros que contêm a localidade em questão. A terceira etapa trata do desenvolvimento da pesquisa empírica, que investiga e analisa o uso de duas estratégias específicas de atuação do capital imobiliário sobre o solo urbano de Niterói, que são a estratégia de recriação/renomeação de lugares e a estratégia de inovação do produto imobiliário. Finalmente, a pesquisa busca refletir a respeito dos possíveis efeitos que a materialização dessas estratégias pode gerar sobre o ambiente construído das cidades. Baseada nessas etapas, a pesquisa visa contribuir para o avanço científico do tema, de forma a possibilitar extrapolar os resultados obtidos com base em um estudo de caso específico para questões gerais de caráter teórico, contribuindo para a análise do processo de atuação do capital imobiliário em diversas outras cidades do país – e, quem sabe, do mundo – cujos contextos econômicos e urbanísticos podem ser totalmente distintos dos encontrados nesta dissertação.

Pequenos Municípios Mineiros: Realidade e Perspectivas sobre Planejamento Urbano no Brasil

Autor: Carranza, Miguel Artur de Ávila

 

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Resumo: Atualmente, há no Brasil 3.900 pequenos municípios – aqui caracterizados como aqueles com até 20.000 habitantes – num universo de 5.570, cujas atribuições tornam-se a cada dia mais extensas, demandando crescentes competências e responsabilidades na gestão como entes federados. Segundo dados do IBGE, cerca de 57% das unidades munícipes brasileiras estão à margem de qualquer processo básico de planejamento, fato que se agrava quando pequenos municípios tornam-se alvo de grandes empreendimentos econômicos, como os projetos minerários. localidades nesse perfil abarcam inúmeras pré-existências geográficas e históricas que, nesse contexto, têm seus cenários modificados pelos impactos (ambientais, sociais, econômicos etc.) gerados por esses projetos, em grande parte devido à deficiência do processo básico de planejamento em resguardar esses espaços. Com o objetivo de analisar e refletir o impacto da implantação desses empreendimentos em pequenos municípios, esta pesquisa apresenta referências sobre os processos de reprodução dos cenários geográficos e históricos preexistentes decorrentes das atividades minerárias, suas consequências na vida das comunidades afetadas e na gestão dos poderes municipais de três cidades no interior do Estado de Minas Gerais: Riacho dos Machados, Conceição do Mato Dentro e Serra do Salitre. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e de campo, cuja análise dessas realidades se deu a partir da participação do pesquisador como sujeito. O levantamento de dados ocorreu mediante dois meios de investigação distintos: (a) referencial teórico sobre a evolução urbana e histórica dos municípios e (b) aplicação de entrevista semiestruturada com agentes locais afim de se verificar a percepção dos impactos da implantação desses projetos no cotidiano administrativo e social dessas cidades. Os resultados mostram que a implantação de grandes projetos minerários em pequenos municípios acaba por reverberar um discurso imbuído em levar o desenvolvimento a esses locais mediante voluptuosos investimentos sob a justificativa da necessidade de empregos e da movimentação da economia local como instrumento da garantia de um futuro próspero dentro da lógica capitalista.Por outro lado, a pesquisa aponta, a partir da análise, que esses voluptuosos investimentos podem contribuir justamente a intenção contrária, reforçando o caráter de subdesenvolvimento desses pequenos municípios através de processos de acumulação por espoliação.

Mobilidade Redes e Capital Social: Os impactos da mobilidade sobre a sociabilidade

Autor: Mendonça, Mirella Furtado de

 

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Resumo: Os estudos urbanos desenvolvidos no Brasil tendem a ver a mobilidade como uma propriedade referente às estruturas de transporte existentes na cidade, poucos estudos entendem a mobilidade como uma propriedade individual. A presente pesquisa endereça a mobilidade a nível individual de estudantes universitários, grupo social que carece de estudos que busquem compreender sua mobilidade. A análise dessa mobilidade permitiu endereçar seus impactos têm sobre a sociabilidade estudantil, buscando entender como a mobilidade afeta a formação de redes sociais dos universitários. A pesquisa utiliza uma metodologia que abrange ferramentas de informação geográfica, análise de redes e estatística, para buscar um método de se avaliar influências da mobilidade nas redes e capital social dos estudantes. Avalia, assim, a hipótese inicial de que a mobilidade tem um papel na formação de redes sociais dos universitários, e de que estudantes com maior nível de mobilidade produzem redes maiores e mais diversificadas. A dissertação contribui para o estudo da mobilidade ao ilustrar o método para a avaliação de relações entre mobilidade e redes sociais e ao lançar luz sobre um tema pouco abordado em estudos nacionais.

A Praça na Cidade Contemporânea: Transformações nos Espaços de Sociabilidade

Autor: Sbaffi, Paula Carvalho

 

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Resumo: Esta pesquisa é resultado de um desejo de se investigar a sociabilidade e suas transformações nos espaços públicos contemporâneos, focando no espaço social das praças e, como estudo de caso, a Praça Mauá, localizada na zona central do Rio de Janeiro. O objetivo desta pesquisa abrange um estudo sobre a relação das pessoas com os espaços públicos, necessário para se compreender como eles se revelam na cidade em transformação. Procurou-se, deste modo, focar nos espaços das praças, considerados lugares de natureza social; espaços públicos que contribuem intensamente para a sociabilidade e qualidade de vida e espacial. Com este entendimento, atribuíram-se os conceitos e práticas da sociabilidade aos aspectos da sustentabilidade urbana e social. Já o problema de pesquisa aborda a crise dos espaços públicos causada, principalmente, pelos novos valores, culturas e usos, a reorganização das cidades capitalistas e o estreitamento da esfera pública. Esses fatores enfraqueceram as relações humanas, o senso de coletividade e logicamente refletiu no espaço público das cidades. Apesar das transformações, as praças ainda representam espaços essenciais ao cotidiano estão de suma importância na dinâmica das cidades como locais de sociabilidade propícios ao encontro, permanências e ao convívio. Mas, atualmente, como estão sendo percebidas e concebidas as praças das cidades? Quais os tipos de sociabilidades praticadas nesses locais? Para elucidar estas e outras questões utiliza-se como estudo empírico a Praça Mauá. Busca-se compreender a relação das pessoas com a praça, as percepções que esses significados comportamentais trazem e as possibilidades dos espaços públicos e projetos serem possíveis promotores da sustentabilidade nas cidades.

Processos de Ressignação de Áreas Urbanas: o caso do Museu do Amanhã no Porto Maravilha, Rio de Janeiro

Autor: Azevedo, Paula Carvalho Thyse de

 

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Resumo: No atual momento do capitalismo, de corte financeiro-globalizado, identificado a partir das últimas décadas do século XX, em que as esferas da vida na contemporaneidade vêm sendo tomadas por processos de espetacularização de diversas formas, projetos pontuais emergem buscando promover, a partir da imagem, a venda das cidades num suposto mercado global. Neste contexto, grandes equipamentos culturais, principalmente os museus contemporâneos, assumem um dos papéis principais nestes projetos. Desenvolvidos por arquitetos do starsystem, a arquitetura destes equipamentos deve produzir um espetáculo suficiente para transformá-los em âncoras, capazes de atrair turismo e investimentos para estas renovadas áreas urbanas. A presente dissertação se debruça sobre o assunto, buscando apresentar esse novo tipo de planejamento urbano atrelado à arquitetura contemporânea, espetacular e emblemática, desses equipamentos e, também, sobre as transformações por quais passam os museus a partir do momento em que a cultura e a economia caminham uma em direção à outra. Utilizando o Museu do Amanhã, inserido no projeto Porto Maravilha, como objeto de estudo da presente pesquisa, busca-se demonstrar como tais tendências mundiais urbanísticas e arquitetônicas foram aplicadas e reproduzidas na cidade do Rio de Janeiro. Tal realidade, por sua vez, tem se apresentado claramente fugaz no período imediatamente após o espetáculo Olímpico de 2016.

Rio 2016: Fotografia e Construção de Narrativa na Cidade Olímpica

Autor: Oliveira, Paula Laiber Mendes de

 

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Resumo: A presente pesquisa procura compreender o recorrente uso da fotografia na produção do espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, no contexto de preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Ao dialogar com um conjunto de autores que veem na fotografia a possibilidade de desvelar intenções estéticas e políticas, além das formas de atribuição de sentido aos lugares, realiza-se uma análise de algumas coleções de fotografias publicadas no dossiê de candidatura bem como na grande mídia, entre 2009 e 2016. Tal análise permitiu identificar as principais formas de representação da cidade, como partes de uma construção narrativa que configura imaginários urbanos, no contexto da “Cidade Maravilhosa e olímpica.

TRAMA URBANA: as disputas pelo espaço público nas intervenções de micro e pequena escala

Autor: Santos, Priscila Gonçalves

 

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Resumo: Como as intervenções de micro e pequena escala, promovidas pela e para a classe média na década de 2010, tecem a trama de disputas pelo espaço público? Com base em estudos de caso na cidade do Rio de Janeiro, este trabalho pretende responder essa questão reconhecendo e compreendendo o retorno expressivo da classe média num cenário amplo de disputas pelo espaço público. Busca-se fugir de análises dicotômicas e explorar as nuances existentes entre os diferentes atores pesquisados no seu esforço de perseguir o horizonte da obra ou do produto. Mais especificamente, busca-se analisar as disputas de significado, sentido e território, a atribuição de valores ao espaço público e compreender as reverberações dessas novas formas de produzir o público e o comum nas suas dimensões material e imaterial. Para tal, foram analisadas as potencialidades e limitações dessas intervenções. Trata-se de uma pesquisa qualitativa onde optou-se pela seguinte metodologia: (1) levantamento bibliográfico; (2) coleta de dados, a partir da observação de dados primários (como depoimentos e entrevistas) e secundários (como jornais e principalmente páginas do Facebook); (3) sistematização das informações, por meio de gráficos, esquemas e categorias. O trabalho permite atualizar e complexificar as discussões acerca do espaço público contemporâneo, identificando novas formas de apropriação, e um novo momento e escala de fetichização. Apesar das limitações do recorte adotado foi possível traduzir o espaço público enquanto um todo heterogêneo, repleto de contrários e de nuances, um espaço cuja polissemia e polivalência ditam o tom de suas disputas e, consequentemente, o constituem enquanto espaço complexo e com forte potencial de politização.

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