Professora Permanente
Professora titular do Departamento de Urbanismo da Escola de Arquitetura e Urbanismo da UFF. Além de professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação PPGAU, coordena o Laboratório de Pesquisa “Grandes Projetos Urbanos – GPDU” desde 2003. É diretora nacional da ANPUR (2019/2021) e atua, como coeditora, na Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, RBEUR/ANPUR, além de ser pesquisadora do CNPq. Publicou diversos livros e artigos acerca de urbanismo, cultura, globalização e desigualdade.
Projeto de pesquisas em andamento
– Immigration, Worlds of Labor and Social Inequalities. Sub-projeto: PORTO MARAVILHA – SUJEITOS, NARRATIVAS E DISPUTAS DE LUGAR NO GRANDE PROJETO URBANO: entre o branqueamento e a reinvenção/ Projeto PrInt CAPES
A “nova migração” resulta dos processos contemporâneos de mundialização e está relacionada às políticas neoliberais, que somadas à transnacionalização do capitalismo, promovem a precarização do trabalho, resultando na ampliação das desigualdades sociais, recrudescimento do trabalho escravo e das intolerâncias. O projeto organiza-se em dois eixos: 1, analisa e/imigração em um quadro de temporalidade estendida. Contemplará, em perspectiva, o período da “grande imigração”, de 1870 a 1930, e o atual -2000-2020. Ao problematizar os “passados presentes”, visa o intercâmbio acadêmico de pesquisadores brasileiros e estrangeiros comprometidos com a história pública – que ultrapassa a ideia de acesso e publicização de projetos acadêmicos e promove a produção e difusão compartilhada do conhecimento a partir das demandas sociais. Para tanto estará vinculado ao Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI /UFF), referência na elaboração de projetos inovadores com fontes de memória – orais e visuais -, associadas à escrita videográfica – que entrecruza a pesquisa, o ensino, a extensão e a difusão do conhecimento. No eixo 2, o projeto estuda como as mudanças na economia mundial na sua fase neoliberal se expressam e se reproduzem no território urbano, a partir do estudo de caso do Rio de Janeiro. Especificamente, propõe uma leitura dos processos urbano-culturais e da ação social de agentes específicos, em andamento na área portuária do Rio de Janeiro, reivindicada por alguns movimentos sociais como a “Pequena África”, região que tem sido objeto de uma grande intervenção urbana, o “projeto Porto Maravilha”, uma operação conjunta que liga agentes públicos e privados em uma intervenção direta no espaço social. Junto a esta ação, novas assimetrias e desigualdades sócio territoriais são produzidas. Projeto de pesquisa para internacionalização da universidade, parte componente do PrInt UFF, aprovado na CAPES em 2018, e em parceria: PPGH, PPGAU, PPGA, PPGE.
– Insurgent Citizenship in Brazil: the Role of Mega Sport Events
Reach a deeper understanding of the encounters between citizens (communities) and mega sports events in Brazil, by analyzing how the events spur citizens social and political mobilizations.How are spaces of citizen participation created and transformed, what causes mobilization and demobilization, and how do they move spatially from and between inter- and intra-community levels? We will look at the encounter between the governance structures of the mega events and citizens who are engaged for one reason or another with these events. These encounters take various forms and shapes, ranging from top-down invited spaces to bottom-up invented spaces of participation. The aim of the project is to analyze dynamics of citizen participation within and between them, in what can be defined as enhancement of ‘insurgent citizenship’. Empirically this will be done by studying the preparations for mega sports events and theirimpacts on people in three selected settlements, in addition to wider political spaces addressing citywide issues.
– A CIDADE PÓS OLÍMPICA: PROJETOS URBANOS, NARRATIVAS E DISPUTAS TERRITORIAIS. Avaliação crítica “em processo”
O projeto propõe realizar uma avaliação “em processo” e ex post, dos efeitos político-simbólicos e urbanísticos da implementação dos megaeventos esportivos, particularmente, os Jogos Olímpicos 2016 no Rio de Janeiro associados aos grandes projetos urbanos, com a articulação de sujeitos e escalas de ação, as diversas fases de territorialização do projeto de cidade e os conflitos deles advindos, no período pós megaeventos. A cidade do Rio de Janeiro adquiriu centralidade com a candidatura, bem-sucedida, para a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, expressões claras da instalação da chamada Era dos megaeventos. O presente estudo pretende avaliar as estratégias e ações voltadas para a efetivação do que chamamos urbanismo olímpico e o que resultou deste projeto. Nesse sentido, são desenvolvidos, particularmente, três eixos de análise: (a) a economia simbólica relativa aos futuros megaeventos: a imagem da cidade nas respectivas candidaturas (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016), as estratégias de marketing e seus efeitos políticos e simbólicos, (b) os processos decisórios, os instrumentos de planejamento e gestão e o controle social sobre os projetos, (c) as estratégias urbanístico-territoriais adotadas nas referidas iniciativas: o projeto territorial nos dossiês das candidaturas bem como seus ajustes subsequentes. Tendo em vista que os megaeventos associados aos grandes projetos urbanos, GPUs, constituíram uma das mais dominantes expressões do urbanismo contemporâneo, sucedida por agudas crises urbanas e sanitárias, sobressai a necessidade de balizá-los no campo da reflexão teórica e problematizá-los no campo da prática do planejamento e gestão pública urbana.
Projetos de pesquisa encerrados
– RIO 2016: Cidade-Marca, Projetos Urbanos e Disputas Territoriais: Uma proposta de “avaliação em processo”
Os grandes eventos esportivos estão na ordem do dia. Em âmbito global, adquiriram, nas últimas décadas, magnitude antes inconcebível, fruto de extraordinário crescimento no volume de investimentos que atraem, tornando-se estrelas da atual sociedade do espetáculo (Debord, 1967). Nesse contexto, a cidade do Rio de Janeiro adquiriu centralidade com a candidatura, bem-sucedida, para a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, expressões claras deste processo. O presente projeto pretende avaliar as estratégias e ações voltadas para a efetivação do que chamamos urbanismo olímpico. Nesse sentido, serão desenvolvidos, particularmente, três eixos de análise: (a) a economia simbólica relativa aos futuros megaeventos: a imagem da cidade nas respectivas candidaturas (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016), as estratégias de marketing e seus efeitos políticos e simbólicos, (b) os processos decisórios, os instrumentos de planejamento e gestão e o controle social sobre os projetos, (c) as estratégias urbanístico-territoriais adotadas nas referidas iniciativas: o projeto territorial nos dossiês das candidaturas bem como seus ajustes subsequentes. Tendo em vista que os megaeventos associados aos grandes projetos urbanos, GPUs, constituem uma das mais dominantes expressões do urbanismo contemporâneo, sobressai a necessidade de balizá-los no campo da reflexão teórica e problematizá-los no campo da prática do planejamento e gestão pública urbana.
– PLANNING AND CONFLICT: URBAN PLANNING EXPERIENCES IN SOCIAL CONFLICT CONTEXT
It is in everyday conflict and not only in disturbances and crises, that can be found and seen the social dynamics through which our cities talk. And they talk in multiple languages, since, as Urban Sociology of Chicago taught in the 1920s, it is the density and heterogeneity that make the city. It is for this reason that the study of urban conflict offers a rich key to reality and urban dynamics reading; ipso facto, the conflict constitutes a promising entry to urban comparative studies. But conflicts can ligthen much more than urban studies. They can inspire new ways of conceiving and implementing policies and plans. The main innovation brought about by an approach that sees the city from the point of view of their conflict is that it offers a rich set of knowledge that can inform and support a new type of planned intervention, full of unexplored potentialities, that we call Contested Planning. As theory and perspective, as urban planning innovative concept, methodology and practice, Contested Planning conceives and triggers urban conflict as foundation, information and dynamics on which, and from which, are built policies, plans and projects. And also, and perhaps primarily, on which, and from which, it is built a new planner subject – a social collective. The main stream points to participatory and businesslike processes, whose core and primary purpose is to avoid, bypass, mediate or resolve conflicts that are seen as dysfunctional, costly, threatening, and a risk to the desired socio-urban cohesion that would qualify the city for competition with other cities. Civic peace and harmony would constitute, in this perspective, the condition through which the city company realizes its competitive potential: the polis submits itself to the City , politics gives way to business. The citizen deconstitutes itself, his ‘ersatz’ is the consumer of the citycommodity … or the shareholder of the city-company. Contested Planning, on the contrary, points to and bets on the creative potential of conflict, from which emerge collective subjects that rescue the city as political arena, i.e., as a space in which citizens face and confront each other to discuss and arbitrate the urbes fates. Now is the polis that imposes itself to the City. To advance the study of planning in the context of social conflicts, this project includes: – Survey and analysis of some previous experiences considered as planning references in the context of social conflict in Brazil. – Survey of international literature on planning alternative initiatives produced outside the government and that can be understood as insurgent, radical (MIRAFTAB, 2009) or contested planning experiences. – Analysis of contested planning experiences in Brazil, especially those that involve planning activities undertaken as part of resistance activities of populations threatened by public or private projects implying involuntary removal of all or part of residents, especially in the case of slums (favelas) and occupations of buildings (squatters). – Assistance activities in the preparation of at least two (2) popular plans for favelas and informal settlements threatened with removal in the cities of Rio de Janeiro and Niterói. – Two workshops for people threatened with removal in order to provide resources for the promotion of planning and resistance activities. – Presentation and discussion of the research partial results in the II International Conference Mega Events and the Cities promoted by ETTERN / IPPUR / UFRJ in April 2014, in Rio de Janeiro. – Organization of the International Seminar on Contested Planning in Rio de Janeiro in September 2014, with national and international participants. -Publication of the International Seminar and of the popular plan results.
Informação do Grupo de Pesquisa (GP)
O grupo de pesquisa Grandes Projetos de Desenvolvimento Urbanos, GPDU, iniciou seus trabalhos em 2003 e vem desenvolvendo projetos com articulações nacionais e internacionais nas áreas de urbanismo, circulação de modelos de gestão, arquitetura, cultura, globalização e desigualdades, com publicações em periódicos e livros editados. É coordenado pelos professores Fernanda Sánchez e Glauco Bienenstein, e dele participam também Rossana Brandão e Clarissa Moreira. Conta com estudantes e pesquisadores de iniciação científica, mestrado, doutorado e apoio técnico. O desenvolvimento dos projetos no GPDU se fundamenta na produção coletiva do conhecimento e na formação acadêmica crítica, tendo obtido diversos prêmios, dentre eles, o Vasconcellos Torres, Arquitetos do Amanhã, o Urban 21 e mais recentemente, durante o enfrentamento da pandemia em 2020, a produção coletiva do laboratório impulsionou a criação do movimento Escola em Transe, que resultaram em 32 rodas de conversa online, dois e-pubs e dois vídeos acerca dos temas que atingem a vida nas cidades e na Escola de Arquitetura.